Hipertrofia significa o aumento do tamanho de um órgão em consequência do aumento das funções celulares. A hipertrofia mais comum acontece na musculatura e pode ser provocada por fatores biológicos como o crescimento na fase de puberdade, a dilatação do útero durante a gravidez, etc., ou de forma forçada através da prática de musculação e do consumo de suplementos alimentares. Também acontece de forma patológica, como é o caso de Hipertrofia Benigna da Próstata (HBP) ou de hipertrofia do miocárdio (músculo cardíaco).
A hipertrofia é o processo através do qual as fibras musculares têm seu volume aumentado como resultado da sobrecarga tensional recebida. Essa tensão ocorre quando os músculos se contraem para fazer frente à resistência que lhe é imposta. Ou seja, a resistência imposta pelo peso dos para ser levantado ou movido provoca uma sobrecarga em determinado músculo, para permitir que ele faça o movimento. Como resultado imediato, a fibra muscular se torna permeável e os íons cálcio migram para dentro da fibra. O aumento da concentração desses íons de cálcio provocam a ruptura dos filamentos protéicos que compõem as fibras musculares. Desta forma, durante o treino ocorre a destruição desses filamentos e quanto mais intenso é o treino, maior o número de filamentos destruídos.
Em se tratando de hipertrofia muscular, pode ocorrer o aumento no número e ou diâmetro das miofibrilas, consequentemente provocando um aumento da fibra muscular. Segundo Goldspink (1998), o aumento no número de miofibrilas é mais eficaz para a hipertrofia do que o aumento do tamanho destas. Podemos então descrever também outro tão falado processo, o crescimento muscular apenas por hiperplasia. Segundo Tortora, Grard J. et aal, “É o aumento no número de células de um tecido devido ao aumento na frequência de divisão celular”, neste caso também ocorrendo no tecido muscular esquelético. Processos de hiperplasia são descritos por alguns trabalhos porém ainda controversos e polêmicos.
Estes processos, hipertrofia ou hiperplasia, se garantem pela síntese de proteínas, principalmente após o treinamento com pesos, onde esta síntese estará aumentada a níveis máximos. Sendo assim, entendemos a necessidade da oferta adequada de proteínas aos músculos pela dieta e suplementação, a fim também de minimizar situações de degeneração proteica (catabolismo) também presentes nos processos de treinamentos e recuperação.
De acordo com Simón (2007), a hipertrofia possui os seguintes componentes:
Aumento considerável da secção transversal das fibras musculares (aumento do diâmetro da fibra muscular);
Aumento do tecido conectivo, que é aquele que não se contrai e representa aproximadamente 12% do musculo;
Aumento de vascularização ou a formação de novos capilares;
Melhora do metabolismo muscular.
Com o estímulo à vascularização, próprio da sobrecarga metabólica, também contribui para o volume dos músculos. A quantidade de glicogênio pode triplicar nos músculos e, considerando-se que por razões de hidratação molecular, cada grama de glicogênio carrega quase três gramas de água, compreende-se o grande aumento do conteúdo de água intracelular resultante do processo.
Durante o período de recuperação que se segue ao treino, esses filamentos são reconstituídos através dos aminoácidos presentes nas proteínas, por isso a alimentação depois do treino tem caráter essencial na hipertrofia. No período de até 4 horas pós-treino deve-se consumir carboidratos e proteínas, através da alimentação ou de suplementos. Esses dois elementos são responsáveis respectivamente pela restauração das reservas de ATP – trifosfato de adenosina, que é a fonte de energia que mantém tudo funcionando e pela reconstituição das fibras musculares. A reconstituição dos filamentos das fibras musculares é sempre maior que os danos, assim ocorre o aumento do volume de massa muscular. Contudo, se a destruição for muito acentuada, a recuperação poderá ser insuficiente para aumentar o volume muscular.
Nutrição é o que fará a grande diferença em todo esse processo, o treino pode ser o mais pesado possível, mas se você não estiver com uma dieta equilibrada nos nutrientes necessários para que ocorra o fenômeno você só estará aumentando o seu gasto calórico ( e caso esteja comendo muito errado, poderá e irá entrar no processo de diminuição de peso corporal).
Quando o assunto é nutrição existe uma regra bem simples para que esse fenômeno aconteça, sua ingesta de calorias de qualidade tem que ser maior do que o que você gasta, e se o seu objetivo for diminuir % de gordura corporal a sua ingesta de calorias de qualidade tem que ser menor do que você gasta.
Bons treinos até a próxima.
Referências:
SANTAREM, José Maria. Hipertrofia Muscular. Disponível em: saudetotal.com.br/artigos/atividadefisica/hipertrofia.asp;
SIMÓN Felipe Calderón. Técnicas de Musculação: Guia passo a passo, totalmente ilustrativo. São Paulo: Câmara Brasileira de Livros, 2007. 194 p;
Hipertrofia.net;
Dicas de treino.com.br.
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