O principal hormônio dos glicorticóides é o cortisol, este é produzido
pelas glândulas supra-renais (Adrenais) na zona media da região do córtex
supra-renal (TORTORA, 2000; CANALI & KRUEL, 2001).
O cortisol tem sua liberação influenciada pelo adrenocorticotropina e
algumas das suas principais ações compreendem:
a.
a adaptação ao estresse;
b.
a gliconeogênese a partir de aminoácidos que desaminados, vão através da
circulação, para o fígado;
c.
estimulo do catabolismo protéico para a liberação de aminoácidos para
serem usados em reparação de tecidos;
d.
diminuição das reações imunológicas, por provocar diminuição no número
de leucócitos (BERNE & LEVY, 1996; GUYTON & HALL, 1998).
Na musculação, por ser o “hormônio do estresse” e altamente catabólico,
o cortisol é conhecido como um dos maiores vilões da massa muscular.
O aumento do cortisol está associado à ação estressora (HUCKLEBRIDGE,
CLOW & EVANS, 1998) e a condições lesivas (GUYTON, 2002). Maughan, Gledson
e Greenhaff (2000) reafirmam que a lesão muscular causada pelo exercício está
relacionada a aumentos substancias no nível de cortisol plasmático, podendo
este manter-se elevado durante vários dias. No entanto, o cortisol, não
apresenta uma única resposta ao exercício físico, estando relacionado a vários
fatores como glicemia, ritmo circadiano, mostrando-se sempre presente em
situações estressantes como infecções, traumatismo, calor ou frio intenso, na
presença de noradrenalina, entre outras (BRÜGGER, 1998). Fato importante a ser
considerado é que a diminuição da glicemia sérica durante o exercício, devido à
intensidade ou mesmo ao volume, parece estar diretamente relacionada ao aumento
de cortisol (BRÜGGER, 1998).
Tenha cortisol alto, por muito tempo e sua testosterona vai cair, você
vai acumular mais gordura e usará sua própria massa muscular como fonte de
energia.
Estes autores ainda diagnosticaram que a resposta do cortisol ao exercício
físico varia de acordo a intensidade, mas que existem muitas controvérsias
sobre a real resposta desse hormônio ao exercício. Mas de acordo com Houston
(2001), o cortisol é liberado durante o exercício físico prolongado ou em
condições de reserva diminuída de carboidrato no organismo. Segundo Flynn et
al (1998) citado por França et al (2006), o cortisol
estimula o fracionamento das proteínas para os componentes aminoácidos em todas
as células do corpo, exceto no fígado.
E conforme o estresse aumenta, progressivamente níveis maiores de
cortisol são requeridos, e quando estes níveis de cortisol não são produzidos,
a pessoa não consegue responder adequadamente ao estresse. Ela entra em estado
de exaustão de glândula adrenal.
Ações do cortisol
- Combate
inflamações e alergias;
- Cria
resistência ao estresse (infecções, trauma físico, temperaturas extremas,
trauma emocional etc.).
- Mantém
humor e estabilidade emocional;
- Mobiliza
e aumenta aminoácidos, unidades das proteínas, no sangue e fígado;
- Estimula
conversão de aminoácidos em glicose, o combustível primário na produção de
energia;
- Aumenta
depósito de glicogênio no fígado;
- Mobiliza
e aumenta ácidos graxos no sangue (proveniente das gorduras para ser usada
como combustível para a produção de energia.
Excesso de cortisol
- Por
outro lado, o excesso de cortisol também causa problemas à sua saúde:
- Aumenta
a glicemia;
- Reduz
a utilização de glicose pela célula;
- Reduz
a síntese proteica;
- Aumenta
degradação muscular;
- Promove
perda óssea;
- Compromete
a regeneração e reparo celular;
- Suprime
o sistema imunológico, aumentando a susceptibilidade a infecções, alergias
e doenças degenerativas;
- Diminui
o desejo sexual;
- Ganho
de peso;
- Aumenta
risco de câncer;
- Distúrbio
do sono;
- Ansiedade;
- Piora
da função cognitiva;
- Desequilíbrio
da glicemia.
Como já foi citado, treinar é um agente estressor e vai fazer o corpo
produzir cortisol de forma aguda.
Mas se você estiver exagerando no treino e incorporando volume demais,
isto pode fazer com que o corpo libere cortisol em quantidade e duração além do
necessário.
Treinos desnecessariamente longos (mais de 1h30m), exercícios demais,
séries demais e uso inadequado de técnicas avançadas poderão causar isto.
Infelizmente, não há uma regra geral de como você deve treinar. Cada
pessoa suporta uma carga de trabalho diferente e não tem como analisar cada
caso através de um texto.
O ideal é que você tenha ciência de que está treinando com bom senso e
fugindo de extremos. Uma boa dica é verificar se você tem sentindo alguns dos
sintomas de cortisol alto que foram listados acima.
Alimentos com alto índice glicêmico (açucarados), gordurosos e/ou
processados, além de serem péssimos para o seu físico, também costumam ser
altamente inflamatórios.
Quanto mais inflamação corporal, mais cortisol é produzido para tentar
conter este problema. Basta somar dois mais dois.
A qualidade da dieta é um dos fatores que mais podem influenciar na
inflamação e portanto é algo a ser levado a sério no controle do cortisol.
- Wilson, James.
“Adrenal Fatigue: The 21st Century Stress Syndrome.” Smart Publications, 2002
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cíclico.
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6 ed. Rio de Janeiro: Guanabara/ Koogan, 1998.
- GUYTON,
H. Tratado de Fisiologia Médica. São Paulo: Guanabara Koogan,
2002.
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M. E. Bioquímica Básica da Ciência do Exercício. São Paulo:
Roca, 2001.
- TORTORA,
G. J. Corpo Humano: Fundamentos de anatomia e fisiologia. 4º
Ed. Porto Alegre: Artes Medicas Sul, 2000.
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