sábado, 17 de setembro de 2016

BENEFÍCIOS DA ATIVIDADE FÍSICA PARA AS CRIANÇAS

Os níveis de obesidade têm aumentado globalmente. Por uma estimativa da Organização Mundial de Saúde em 2005 pelo menos 20 milhões de crianças com idade inferior a cinco anos tinham sobrepeso/obesidade. As principais causas da obesidade são os fatores genéticos, o consumo excessivo de alimentos processados e o sedentarismo.
Infelizmente os limites impostos pelos mais diversos problemas sociais, conduz a criança nas atividades do cotidiano, a convergir-se a um mundo em que as atividades são delineadas em função do tempo e disponibilidade dos adultos. Isto faz com que o ato de brincar ainda presente na criança, a faça viver antecipadamente a vida futura, ou seja, “ser adulto”.
A atividade física, a nutrição adequada e a estimulação ambiental favorável contribuem para que a criança atinja saúde plena e seu potencial máximo de crescimento e desenvolvimento.
A inatividade física na infância e na adolescência está associada a um pior estado de saúde na idade adulta. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) mostraram que 30,3% da população brasileira acima de 15 anos de idade é portadora de pelo menos uma doença crônica, o que representa cerca de 66% dos custos de tratamento de doenças no Brasil, cujos fatores de risco estão diretamente relacionados ao estilo de vida, como má qualidade da alimentação, inatividade física e o excesso de peso, que têm aumentado na população brasileira.
O estilo de vida sedentário está relacionado à maior chance de desenvolvimento de doenças crônicas em idades cada vez mais precoces. Estudos já identificaram a presença de fatores de risco para a doença cardiovascular em crianças de 5 anos de idade.
Tanto a desnutrição quanto a obesidade interferem negativamente na potencialidade da aptidão física. Crianças obesas e desnutridas apresentam níveis menores de atividade física que crianças eutróficas em todas as faixas etárias. Além disso, o gasto energético decorrente da atividade física em crianças com excesso de peso é maior quando comparado a crianças com peso adequado.
Os programas de exercícios devem ser dirigidos, individualizados, envolver os pais, professores e pares e ser economicamente acessíveis, privilegiando atividades de baixa a moderada intensidade com aumento gradativo da duração. Esportes competitivos não são uma estratégia apropriada para o estímulo da atividade física em crianças, pois podem promover lesões e piorar problemas psicológicos decorrentes de estigmatizações, provocações e exclusões.
Antes de iniciar qualquer atividade física é necessário conhecer as condições físicas da criança e/ou adolescente, com avaliação clínica e nutricional adequadas, além de considerar seu estágio de desenvolvimento físico, evitando uma indicação inadequada de atividade para o estágio de desenvolvimento da criança.
As atividades desportivas podem ser utilizadas para incrementar a atividade física em crianças e adolescentes, desde que o componente competitivo inerente a elas não seja maximizado, nem seja estimulada a especialização precoce. O esporte é benéfico se respeitar os limites fisiológicos de cada faixa etária, sempre priorizando o componente lúdico.
A prática de atividade física visa o condicionamento cardiorrespiratório, à tonificação muscular, à manutenção do peso adequado, à promoção da saúde óssea e à prevenção das doenças crônicas não transmissíveis (diabetes, obesidade, aterosclerose, hipertensão arterial e osteoporose), além de proporcionar bem-estar mental, integração social, oportunidade para o lazer e desenvolvimento de aptidões que levam a uma maior autoestima e confiança.
Depois de aprender todos esses benefícios que a atividade física pode proporcionar para as crianças que tal tirar o dia dos pais para fazer uma atividade dinâmica e divertida ao ar livre com seu filho? Assim será possível estreitar os laços entre vocês, que ficam esquecidos durante a semana devido a correria, e de quebra proporcionar saúde e bem-estar.
Escrito por:
Mariane Caroline Meuer – CRN 10.5317P
Revisão: Gabriela Dors Wilke Rocha – CRN 10.4719
REFERÊNCIAS
WEFFORT, V. R. S.; LAMOUNIER, J. A. Nutrição em Pediatria: da neonatologia à adolescência. São Paulo: Manole, 2009.
PINHO, R. A.; PETROSKI, E. L. Nível de atividade física em crianças. Revista Brasileira de Atividade Física e Saúde, v. 2, n. 3, 1997.
JUNG, L. G. et al. Cotidiano da prática de atividade física de crianças e jovens com deficiências da Rede Municipal de Pelotas – RS. Movimento, v. 19, n. 2, p. 207-226, 2013.
COSTA, F. F. et  al. Medida da atividade física de crianças: o que professores de educação física têm a nos dizer?. Rev Bras Ativ Fis e Saúde, Pelotas/RS, 17(4):286-292, Ago/2012.
RICARDO, L. I. C. et al. Associação entre apoio social e atividade física no lazer em escolares do ensino médio. Rev Bras Ativ Fis e Saúde, Pelotas/RS, 18(2):168-176, Mar/2013.
LOPES, V. P. et al. Proficiência Motora, Atividade Física e Excesso de peso em crianças, que relação?. 2013.

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