Os níveis de obesidade têm aumentado globalmente. Por uma estimativa da Organização Mundial de Saúde em 2005 pelo menos 20 milhões de crianças com idade inferior a cinco anos tinham sobrepeso/obesidade. As principais causas da obesidade são os fatores genéticos, o consumo excessivo de alimentos processados e o sedentarismo.
Infelizmente os limites impostos pelos mais diversos problemas sociais, conduz a criança nas atividades do cotidiano, a convergir-se a um mundo em que as atividades são delineadas em função do tempo e disponibilidade dos adultos. Isto faz com que o ato de brincar ainda presente na criança, a faça viver antecipadamente a vida futura, ou seja, “ser adulto”.
A atividade física, a nutrição adequada e a estimulação ambiental favorável contribuem para que a criança atinja saúde plena e seu potencial máximo de crescimento e desenvolvimento.
A inatividade física na infância e na adolescência está associada a um pior estado de saúde na idade adulta. Dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) mostraram que 30,3% da população brasileira acima de 15 anos de idade é portadora de pelo menos uma doença crônica, o que representa cerca de 66% dos custos de tratamento de doenças no Brasil, cujos fatores de risco estão diretamente relacionados ao estilo de vida, como má qualidade da alimentação, inatividade física e o excesso de peso, que têm aumentado na população brasileira.
O estilo de vida sedentário está relacionado à maior chance de desenvolvimento de doenças crônicas em idades cada vez mais precoces. Estudos já identificaram a presença de fatores de risco para a doença cardiovascular em crianças de 5 anos de idade.
Tanto a desnutrição quanto a obesidade interferem negativamente na potencialidade da aptidão física. Crianças obesas e desnutridas apresentam níveis menores de atividade física que crianças eutróficas em todas as faixas etárias. Além disso, o gasto energético decorrente da atividade física em crianças com excesso de peso é maior quando comparado a crianças com peso adequado.
Os programas de exercícios devem ser dirigidos, individualizados, envolver os pais, professores e pares e ser economicamente acessíveis, privilegiando atividades de baixa a moderada intensidade com aumento gradativo da duração. Esportes competitivos não são uma estratégia apropriada para o estímulo da atividade física em crianças, pois podem promover lesões e piorar problemas psicológicos decorrentes de estigmatizações, provocações e exclusões.
Antes de iniciar qualquer atividade física é necessário conhecer as condições físicas da criança e/ou adolescente, com avaliação clínica e nutricional adequadas, além de considerar seu estágio de desenvolvimento físico, evitando uma indicação inadequada de atividade para o estágio de desenvolvimento da criança.
As atividades desportivas podem ser utilizadas para incrementar a atividade física em crianças e adolescentes, desde que o componente competitivo inerente a elas não seja maximizado, nem seja estimulada a especialização precoce. O esporte é benéfico se respeitar os limites fisiológicos de cada faixa etária, sempre priorizando o componente lúdico.
A prática de atividade física visa o condicionamento cardiorrespiratório, à tonificação muscular, à manutenção do peso adequado, à promoção da saúde óssea e à prevenção das doenças crônicas não transmissíveis (diabetes, obesidade, aterosclerose, hipertensão arterial e osteoporose), além de proporcionar bem-estar mental, integração social, oportunidade para o lazer e desenvolvimento de aptidões que levam a uma maior autoestima e confiança.
Depois de aprender todos esses benefícios que a atividade física pode proporcionar para as crianças que tal tirar o dia dos pais para fazer uma atividade dinâmica e divertida ao ar livre com seu filho? Assim será possível estreitar os laços entre vocês, que ficam esquecidos durante a semana devido a correria, e de quebra proporcionar saúde e bem-estar.
Escrito por:
Mariane Caroline Meuer – CRN 10.5317P
Revisão: Gabriela Dors Wilke Rocha – CRN 10.4719
Mariane Caroline Meuer – CRN 10.5317P
Revisão: Gabriela Dors Wilke Rocha – CRN 10.4719
REFERÊNCIAS
WEFFORT, V. R. S.; LAMOUNIER, J. A. Nutrição em Pediatria: da neonatologia à adolescência. São Paulo: Manole, 2009.
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JUNG, L. G. et al. Cotidiano da prática de atividade física de crianças e jovens com deficiências da Rede Municipal de Pelotas – RS. Movimento, v. 19, n. 2, p. 207-226, 2013.
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